Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Delírio do Moscardo

"devagar, o tempo transforma tudo em tempo. o ódio transforma-se em tempo, o amor transforma-se em tempo, a dor transforma-se em tempo." José Luís Peixoto

Delírio do Moscardo

"devagar, o tempo transforma tudo em tempo. o ódio transforma-se em tempo, o amor transforma-se em tempo, a dor transforma-se em tempo." José Luís Peixoto

19.Ago.12

O caso Libor

   Todos sabemos a que se deve a crise: excesso de regulação dos mercados, comportamento especulativo da população em geral e sindicatos maquiavélicos, sempre a exigir ordenados e pensões milionárias para os trabalhadores e aposentados. Daí a minha surpresa com o escândalo Libor. Aparentemente, alguns bancos internacionais forneceram informações falsas sobre as taxas de juro que pagariam, caso contraíssem empréstimos de outros bancos (inadvertidamente, quero acreditar - quando se entra na casa dos biliões as contas ficam difíceis de fazer). A taxa Libor é baseada nestas informações e, por azar, afecta, a uma escala mundial, os empréstimos a particulares (por exemplo: créditos imobiliários), empréstimos a empresas, valores das seguradoras, fundos de pensões, fundos de investimento, etc. E por coincidência, uma pequena subestimação de taxas gera imediatamente um aumento significativo dos lucros. É só pensar que o banco aparenta ter uma boa saúde financeira. Entre os bancos envolvidos encontramos: HSBC, Royal Bank of Scotland, Barclays, Citigroup, Deutsche Bank, JP Morgan e UBS. Felizmente, bancos de pequena dimensão. Queria ver se fosse um Crédito Agrícola...

 

   Entretanto, já foi encontrada uma solução: aplicação de multas (o equivalente financeiro a uma palmada na mão) e a eliminação da taxa Libor. Pretende-se encontrar uma taxa que faça o mesmo, mas de maneira diferente.

12.Ago.12

Terra e Alma

Serra!

e qualquer coisa dentro de mim se acalma...

Qualquer coisa profunda e dolorida,

Traída,

Feita de terra

e alma.

 

Uma paz de falcão na sua altura

A medir as fronteiras:

Sob a garra dos pés a fraga dura,

E o bicho a picar estrelas verdadeiras...

 

Miguel Torga, Diário II

 

02.Ago.12

Veremos...

   Há uma história taoísta de um velho fazendeiro que trabalhou as suas colheitas por muitos anos. Um dia, o seu cavalo fugiu. Ao ouvir a notícia, os seus vizinhos vieram-no visitar.

    "Que azar!", disseram simpaticamente.

    "Veremos", respondeu o fazendeiro.

    Na manhã seguinte, o cavalo retornou, trazendo com ele três outros cavalos selvagens.

    "Que maravilha!", exclamaram os vizinhos.

    "Veremos", respondeu o velho.

    No dia seguinte, o seu filho tentou montar um dos cavalos não domados, foi lançado, e quebrou a perna. Os vizinhos novamente vieram oferecer a sua simpatia por tamanho infortúnio.

    "Veremos", respondeu o fazendeiro.

    No dia seguinte, oficiais militares vieram à aldeia fazer o recrutamento de jovens para o exército, e passaram ao lado do filho do fazendeiro, ao ver que este tinha a perna quebrada. Os vizinhos felicitaram o fazendeiro pelo rumo que as coisas tomaram.

    "Veremos", disse o agricultor.