A silly season já não é o que era
Se o Verão já não é o que era, porque está demasiado calor quando devia estar demasiado frio, a silly season também não. Confesso já não saber o que é mais insuportável, se a conduta irresponsável de Passos Coelho e Portas, se o dantesco ruído proveniente das centenas de comentadores a gritarem frivolidades sobre o comportamento dos primeiros. Deve haver eleições? Deve. Foram exactamente criadas para este propósito. Mas também devia haver uma alternativa séria. E aqui recuo umas semanas, até à altura em que António Costa esteve na calha para se candidatar a líder do PS, e os interesses partidários sobrepuseram-se aos interesses nacionais. Nada de novo...
No meio de toda esta confusão, temos um Presidente da República que, não só se revela constantemente inútil, como também contribui para a estabilidade... das políticas corrosivas e criminosas que têm sido colocadas em prática. As mesmas que Vitor Gaspar reconheceu, na sua carta de despedida.
Não, a silly season já não é o que era. Das duas uma: ou mudamo-la para outra altura do ano ou alteramos-lhe o significado. Mantém-se fecunda em parvoíce, mas de outra natureza.